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Retomada da indústria depende da demanda interna

Updated: Aug 17, 2020



Os últimos dois meses do ano foram decepcionantes para a indústria com queda acumulada de 1,1% em 2019.


Os resultados da indústria brasileira para dezembro registraram uma redução de 0,7% na produção, após já ter caído 1,2% em novembro. O segmento de bens capital caiu 8,8% em comparação a novembro.


No ano passado a principal contribuição negativa veio da indústria extrativa que recuou 9,7%, em grande parte associada à tragédia de Brumadinho. Segundo o IBGE, caso a indústria extrativa fosse retirada do cálculo, o conjunto deste macro setor apresentaria avanço de 0,2% no ano.


A crise da Argentina também prejudicou a indústria, em particular a automobilística. Em dezembro de 2019, veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,7%) e máquinas e equipamentos (-7,0%) tiveram o pior desempenho. Apesar da redução da demanda externa, o setor avançou 2,1% em 2019, impulsionado pelo crescimento da demanda interna. Tanto a produção de bens duráveis (2%) como a e de semi e não-duráveis (0,9%) cresceu no ano.


O problema da indústria não se resume ao aspecto quantitativo. Há uma perda de produtividade e grau de elaboração dos produtos. Segundo o Instituto de estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), a indústria de média e alta tecnologia em 2019 respondeu por apenas 32% das exportações da Indústria de Transformação, o menor patamar desde 1995.


Em 2020 o quadro externo é preocupante. Em particular, o surto do coronavírus pode desaquecer as commodities e consequentemente as exportações brasileiras. A situação da Argentina também continuará difícil.


A indústria terá de recuperar baseado na demanda doméstica, para o que é essencial continuar a fazer o dever de casa e estimular o investimento e a produtividade. São desafios gigantescos para voltar a pensar em uma indústria forte e diversificada que o Brasil um dia chegou a almejar.

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