Recuperação brasileira deve ocorrer mesmo com a crise do coronavírus
Updated: Aug 17, 2020
A expansão do coronavírus é preocupante. A China já estendeu nacionalmente o feriado de Ano Novo Chinês até o dia 2 de fevereiro, mas muitas empresas já anunciaram que só voltarão à atividade entre 8 e 10 de fevereiro. Se o cenário mais pessimista prevalecer o impacto econômico será relevante.
Apesar do pessimismo, houve uma reação positiva à declaração de emergência sanitária global por parte da OMS. A organização anunciou que vai questionar restrições de países que optem por colocá-las e pedir que governos "provem cientificamente" o motivo de eventuais barreiras.
A volatilidade deve imperar nos mercados nos próximos dias. A bolsa passou o dia em queda de quase 2%, para após o anúncio da OMS se recuperar e fechou em alta de 0,1%. Já o mercado de câmbio que tem fechamento mais cedo obteve o maior valor da história a ser negociado em quase R$4,26.
O clima melhorou com a declaração da OMS contra restrições de comércio e de viagens. Entretanto, é cedo para comemorar. A doença atingiu mais de 8 mil pessoas na China. Apenas a título de exemplo, uma suposição de taxa de 30% ao dia de crescimento dos casos, levaria um total de 21 milhões de pessoas contaminadas em um mês!
É claro que não é possível saber nesse momento que taxa de crescimento deve ser adotada, sobretudo porque há várias ações em curso para conter o processo de contágio. Mas aí reside o problema: na ausência de parâmetros objetivos de dimensionamento do fenômeno, prevalece a aversão ao risco e consequente queda nos preços dos ativos.
A recuperação da economia brasileira depende mais do comportamento da demanda doméstica do que da demanda externa. Consequentemente, considerando inflação e juros baixos e a capacidade ociosa, a chance do Brasil crescer continua elevada mesmo diante de um cenário externo mais adverso com o coronavírus.
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