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Recessão ou depressão?

Updated: Aug 17, 2020





Mais uma informação para a economia no retrovisor ou no mundo pré-coronavírus: o resultado da produção industrial em fevereiro divulgado pelo IBGE indicou uma alta de 0,5%.

A produção industrial brasileira vinha se recuperando antes da pandemia. Pelo menos até chegada do novo coronavírus. É a segunda alta consecutiva do índice, após um fim de 2019 decepcionante. Apesar do resultado positivo, o acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro ainda registra uma queda de -1,2% e o acumulado do ano é de -0,6%.

Moral da história: a economia brasileira tombou com o Covid-19 em um momento em que a atividade ainda não estava vigorosa, embora houvesse uma lenta recuperação.

Os efeitos do novo coronavírus ainda são marginais no resultado de fevereiro. No ramo de informática, eletrônicos e ópticos caiu 5,8% por depender de insumos provenientes da China. A crise do novo coronavírus deve afetar mais intensamente o resultado de março quando efeitos do isolamento nas principais cidades serão sentidos.

É razoável supor que quando a fase mais aguda da pandemia passar, a indústria pode se recuperar com a ajuda do câmbio desvalorizado, da capacidade ociosa e juros baixos. Mas para que isso ocorra, será importante garantir que as principais cadeias produtivas não tenham sido muito afetadas.

Lembrando-se, ademais, que o comércio internacional está sofrendo brutal contração e não se pode assegurar que a retomada seja rápida.

As medidas de ajuda para a manutenção do emprego e das empresas, anunciadas pelo governo, como a linha de crédito para a folha de pagamento entre outras, contribuem para mitigar os efeitos no curto prazo.

Ainda faltam informações para dimensionar o tamanho do tombo na economia brasileira e, mais importante para o futuro, qual será a velocidade de recuperação.

A dúvida é se teremos uma recessão temporária ou um processo recessivo mais grave que poderia levar a uma depressão.

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