O Brasil ainda é um país pobre que se comporta como um milionário gastão.
Updated: Aug 19, 2020
O Congresso aprovou o Orçamento da União para 2020. Apesar da melhora do quadro fiscal, a proposta de campanha de zerar o déficit no 1º ano de governo se mostrou irreal. O Orçamento de 2020 indica que a meta não deve se concretizar no também no próximo ano: a meta fiscal é de um déficit primário de R$ 124 bilhões, embora o mercado projete um rombo menor, de R$ 84 bilhões.
Infelizmente no Brasil orçamento e prática ainda não andam juntos, mas o mínimo que se espera para acertar as contas é ter um orçamento. Isso que vale para as finanças de uma família, também deveria valer para a União.
Com base nas premissas do orçamento é possível ter um quadro da economia no ano que vem, pelo menos na visão oficial. Um crescimento do PIB de 2,32%, inflação de 3,53%, Selic de 4,4% e dólar de R$ 4 e um salário mínimo para 2020: R$ 1.031. Um reajuste de 3,31% em relação ao valor de 2019, ou seja, com correção apenas pela inflação, sem aumento real.
Um dos pontos mais polêmicos do projeto, o aumento do absurdo fundão eleitoral para R$ 3,8 bi ficou de fora. O relatório estabelece a proposta do governo de R$ 2 bi, o mesmo praticado nas eleições de 2018. A existência do fundo já é absurda - especialmente pela falta de orçamento para prover serviços básicos para a população -, quase dobrar seu valor seria ainda pior.
O orçamento também projeta a aprovação da chamada “PEC Emergencial”, que criará gatilhos para a contenção de gastos, como a possibilidade de redução de jornada dos servidores em 25%, com igual redução de salários.
Um ponto positivo é o aumento dos investimentos públicos previstos, aumentando de R$ 22,5 bilhões em 2019 para R$40,5 bilhões em 2020. Muito pouco ainda, mas já é um avanço.
A perspectiva para a situação fiscal do Brasil melhorou no último ano com a Reforma da Previdência e a queda dos juros, mas ainda está longe do ideal. O Brasil ainda é um país pobre que se comporta como um milionário gastão.
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