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Pandemia: a crise lá nos EUA e cá...

Updated: Aug 19, 2020



Donald Trump citou o Brasil como um país no qual a crise sanitária está particularmente grave.


Talvez a menção a outro país sirva ao discurso político de Trump em ano eleitoral para deslocar a atenção da situação dos EUA.


De fato, a situação é crítica. O número de mortes nos EUA ultrapassou 58 mil ou 17,8 mortes para cada 100 mil habitantes, contra quase 5.100 mortes ou 2,4 mortes para cada 100 mil habitantes no Brasil.


A crise econômica é igualmente grave o que repercute sobre o resto do mundo e naturalmente sobre o Brasil.


O Produto Interno Bruto dos EUA caiu 4,8% no primeiro trimestre de 2020. A queda foi a maior desde o último trimestre de 2008, quando a economia recuou 8,4%.


Os números ainda não refletem o tamanho total do tombo na economia, já que as políticas de isolamento social começaram apenas em março.

O mês de abril foi marcado pela paralisação de boa parte do país, o que pode tornar o indicador do segundo trimestre ainda mais negativo.

Mesmo com a indicação de que as medidas de isolamento social sejam flexibilizadas a partir de maio, é provável que o segundo trimestre seja também negativo.


Segundo o FMI, a economia dos EUA deve encolher 5,9% em 2020.


O resultado do PIB trimestral sai no mesmo dia em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) decide a taxa de juros dos Estados Unidos.

A expectativa é de manutenção da atual taxa, que está entre 0% e 0,25% a.a.. Isso na prática é uma taxa de juros negativa, uma vez que a inflação nos EUA está em 1,5% a.a.


No Brasil, o COPOM se reúne na próxima quarta-feira para decidir a taxa SELIC que é a taxa primária de juros da economia brasileira.


Há boas razões técnicas para supor um novo corte de 0,75p.p.. A taxa de inflação está baixa com o IPCA 15 divulgado ontem ficando em -0,01% e o IGP-M de março, que foi divulgado hoje e avançou 0,8%. Embora insuficiente, por si mesma, a redução dos juros pode ajudar a recuperação da economia.


O grande desafio neste momento de pandemia é fazer chegar na ponta, especialmente para as pequenas e médias empresas, um dinheiro que representa o oxigênio que milhares de empresas necessitam.


O Banco Central anunciou que o empréstimo para pessoas jurídicas subiu 28,2% em março frente a pandemia da Covid-19.


O crédito direcionado, que tem regras definidas pelo governo e é destinado, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito, subiu 16,7% em março. O crédito livre subiu 33,5%.


É positivo o aumento no montante de crédito, mas é preciso ainda maior esforço para atender as pequenas e médias empresas para evitar uma quebradeira geral.


Aliado a várias outras medidas, esta atenção aos pequenos e médios empreendimentos, pode ajudar a atenuar os efeitos desta crise tríplice, sanitária, econômica e política, sobre a variável mais importante de uma economia: o emprego.

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